domingo, 27 de novembro de 2011

França II - Normandia

Esse foi o dia sobre o qual eu mais queria escrever! O dia em que eu fui ver a praia na França!

Eu já tinha dito que não tinha ficado só na Capital do país, tinha ousado ir ao interior da França. Gosto de expandir meus horizontes e, particularmente, da sensação de ter consciência de que o mundo está aí, enorme, cheio de cantos para ser explorado.

Meu marido gosta de História e, mais especificamente, de histórias de guerra (o que inclui jogos e séries como Call of Duty e The Pacific, respectivamente). E o fato é que, um belo dia, eu estava na internet, programando nossa viagem a Paris, quando vi disponível um passeio à Normandia, um roteiro de visita a locais históricos da Segunda Guerra Mundial. Comentei com ele e ele logo se interessou. Tínhamos espaço, pois ficaríamos cinco dias inteiros na França, e eu gostaria de ver a praia, obviamente (quem me conhece sabe onde vivo!).

Quando chegamos lá, infelizmente, fiquei sabendo que haviam cancelado o passeio. A tristeza do Ricardo foi tão grande que eu comecei a fuçar na internet para descobrir como poderíamos fazer essa viagem, pois, assim, todos ficaríamos felizes (Mateus porque viu a torre e foi à Disney, Ricardo porque viu seus locais históricos e eu, bem eu...porque viajei hehehe)!

Foi por isso que eu resolvi escrever essa série no meu blog: na net, encontrei todo tipo de ajuda de que precisava. Apesar de pouco conhecido e divulgado, pelo menos em meu círculo social, o passeio é bastante realizado. É bem verdade que não muito por brasileiros, acredito pela participação pouco efetiva na Guerra, mas encontrei, sim, sites em português que me deram todo tipo de subsídio para realizar a viagem com segurança e gostaria de poder fazer isso por outros interessados.

Comprei passagens no TGV pelo site (www.sncf.com) para Caen, em conjunto com o aluguel de um carro (por sinal, aluguei um Renault Twingo e recebi um Opel Astra!). Queria muito me lembrar do site que me deu essa dica, mas não consigo, pena. Foi tudo tranquilo, apesar de termos saído às 6h da manhã e só ter amanhecido às 9h! Pegamos o metrô (só andamos de metrô em Paris, nada de táxi) até a Gare de Saint Lazare, onde pegamos o trem. Olhem ele aí:


A viagem é linda, mesmo com o tempo frio e nublado, e é bem confortável, também. Mateus dormiu até chegar:


Quando pegamos o carro, o GPS já indicava os caminhos para as praias do desembarque do Dia D, bem como para o Memorial de Caen, citado por alguns blogueiros como dos mais completos acervos sobre a Segunda Guerra. Começamos por ele, pois:


Vale a pena, basta dizer isso! Almoçamos lá, e sobre isso eu já falei! Faltava, porém, o melhor, a parte mais surpreendente da viagem: as praias dos desembarque. Só conseguimos visitar duas delas em razão da hora do trem da volta, mas só essas já fizeram a diferença!

Começamos por Omaha Beach, a que eu mais tinha ouvido falar. Fiquei logo impressionada com a quantidade de gente que tinha no local. Lá, contudo, não há vestígios da batalha, a mais sangrenta de todas, pelo que ouvi falar. Há, contudo, um monumento e um outro museu muito legal: o Museu Memorial de Omaha. Seguem as fotos:



Seguimos, então, para Pointe do Hoc. É emocionante. Confesso que não esperava tanto.

Quando cheguei, só conseguia pensar em como o ser humano era burro! Usar um lugar desses para fazer guerra era incompreensível para mim:



Vendo, no entanto, as casamatas bombardeadas, as crateras, comecei a sentir uma emoção que eu não conhecia: a de estar em lugar em que se fez história! Independente de ter sido uma coisa boa ou ruim, o mundo tinha mudado após o que tinha acontecido ali; dentro das fortificações, pude me imaginar um soldado naquela época..foi lindo, amei!



No final do dia, na estação de trem iluminada por uma lua cheia linda, pensei em como era bom deixar a zona de conforto e encarar o mundo. Não é fácil sair em um país estranho, pegar metrô, trem, alugar carro, pesquisar na internet, enfim, ousar. Falar inglês e francês ajudou, claro, mas a coragem foi determinante, e a recompensa vem para os que a têm. Espero que vocês tenham também, sempre!

Se Deus quiser e permitir, voltaremos lá um dia. Para ver as outras praias e porque não consegui ver o Cemitério Americano (chamado de cemitério sem corpos). Já estava fechado quando chegamos. Rouen, a Capital da Normandia, também é um lugar que merece ser visto, pelo que pude ler por aí, mais pela beleza do que pela Guerra.

Só uma última observação: quase não vimos postos de gasolina por lá! Foi um sufoco abastecer o carro para devolver a locadora. E, falando nisso, como a devolução estava programada para ser feita após o fechamento da loja, fomos orientados a deixar a chave no achados e perdidos da estação..se fosse no Brasil..??!

Encerro com uma foto apropriadíssima, o Monumento a Não-Violência, postado a frente do Memorial de Caen. E viva a Paz!


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