sábado, 9 de fevereiro de 2013

Balzac e o Carnaval

O carnaval não vem despertando em mim bons sentimentos atualmente. Ando com aquela sensação de que uma festa de quatro dias não combina com responsabilidade.

Sim, já curti muito, até demais, não nego. Hoje, depois que Balzac bateu a minha porta, ou depois do casamento, ou depois que meu filho nasceu...sei lá, alguma coisa aconteceu e eu comecei a questionar essa febre que se chama carnaval.

Parece que a comunidade endoida. É como se diversão fosse a única coisa que existisse, ou como se, nessa época, tudo fosse permitido e não fosse haver amanhã.

Não, o fato de meu marido não gostar de carnaval não está me influenciando. Por algum tempo eu achei que estivesse. Moro em uma cidade "carnavalesca" e, no ano passado, cheguei a ir sozinha ver o carnaval no centro, porque, afinal, eu gostava de carnaval!

A verdade é que não vejo mais sentido em me divertir sem parar durante quatro dias! Ao contrário, acho um grande absurdo você parar um país durante quatro dias para o povo curtir a folia (ou seja, o circo, já que o pão é muito suado!).

Além da fila do supermercado, do trânsito infernal, ainda fiquei mais de uma hora na fila dos correios (isso mesmo, correios!), porque a instituição só iria reabrir na quarta-feira. Imaginem as filas dos bancos!

Para completar, minha funcionária faltou (obviamente, só que não, já que hoje não é feriado!) e nem a internet está funcionando direito! 

Eu poderia ir para o carnaval agora e esquecer tudo isso. Mas mesmo que eu fosse, a realidade não seria mudada. 

Ahh, eu estou de folga e só volto a trabalhar na quinta-feira! Mentira, tenho prazos para cumprir na quinta-feira que precisam ser feitos. E ainda que não tivesse, não sei se conseguiria relaxar sabendo que o combustível está custando quase três reais.

Sim, estou ficando velha. E estou achando muito melhor!

Nada contra quem tem o desprendimento de curtir quatro dias felizes. Sejam felizes, sim! É disso que o mundo precisa, e se quatro dias de festa bastam para vocês, ótimo! Para mim, não, infelizmente (ou não!).

E ele, meu "amigo" Balzac, estava no título porque encerraria este post. A citação abaixo foi extraída do livro "Tratados da Vida Moderna", mais especificamente do "Tratado dos Excitantes Modernos", no capítulo "Sobre a embriaguez":

Desde então compreendi muito bem o prazer da embriaguez. A embriaguez lança um véu sobre a vida real, desfaz o conhecimento das dores e das tristezas, descarta o fardo do pensamento. Compreende-se, então, como os grandes gênios puderam servir-se dela, e por que o povo a ela se entrega. Em vez de ativar o cérebro, o vinho o idiotiza. Mas, sem que possam ser acusadas de um vício tão vergonhoso, muitas pessoas, desejosas de obter dois resultados, tentam levar uma vida elegante com economia. Essas pessoas certamente atingem um objetivo: são ridículas.  

Bom carnaval!

2 comentários: