quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Poesia

Sendo este blog meu e sendo eu uma salada de gostos (apesar de não gostar de verduras rs), eis que sou chegada em poesia, também..acredito que tudo que é bom deve ser apreciado e, por isso, não me faço restrições de gêneros, números e/ou graus.

Enfim, fui checar meus e-mails hoje e dei de cara com um que era para ser triste. A morte, em si, é uma coisa dolorosa e, apesar de certa, difícil de engolir.

O poema que segue foi transmitido por Ricardo Cabús em comunicado de homenagem a pessoa falecida prematuramente, o que consegue ser ainda mais traumático. No entanto, como disse o Pastor no velório de D. Clementina ontem, não nessas palavras, mas, em sentido, da morte devemos extrair aprendizados. Devemos, por meio das perdas, transformarmo-nos em pessoas mais fortes, melhores, o que sei, por experiência própria, que é possível, apesar de trabalhoso.

A despeito da tristeza que permeou a escrita que o trouxe até mim, o texto que transcrevo abaixo chega a ser reconfortante (na medida do possível, lógico), o que fez com que eu desejasse compartilhá-lo.

Curtam-no, então.


Lêdo Ivo

A passagem

Que me deixem passar - eis o que peço
diante da porta ou diante do caminho.
E que ninguém me siga na passagem.
Não tenho companheiros de viagem
nem quero que ninguém fique ao meu lado.
Para passar, exijo estar sozinho,
somente de mim mesmo acompanhado.
Mas caso me proíbam de passar
por ser eu diferente ou indesejado
mesmo assim eu passarei.
Inventarei a porta e o caminho
e passarei sozinho.

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