domingo, 29 de abril de 2012

Um brinde à arte! Uma salva de palmas aos bravos artistas alagoanos!

 Hoje, 29 de abril, é o Dia Internacional da Dança! Você sabia disso? Eu não. Foi instituído pela UNESCO em 1982.

 Descobri de uma forma que me encantou. Um grupo de bailarinos estava dançando pelo Shopping Maceió para fazer a divulgação. Mais que uma divulgação, eles estavam pleiteando um espaço.

 A apresentação me encantou. Tem que se ter, no mínimo, coragem, e nem todos tiveram, para vencer as barreiras e dançar no meio do Shopping para pessoas que poderiam não estar interessadas. A maioria não estava. Poucos pararam o que estavam fazendo para ver e alguns dos que estavam vendo eram acompanhantes dos bailarinos.

 Eu estava! E não era porque entre eles estava uma bailarina de cadeira de rodas reconhecida por todos os cantos pelos quais passa. Eu já tinha visto a Gabi dançar e já sabia do que ela era capaz e o que representava para nós. Quase ninguém lá sabia.

 Uma das bailarinas fez uso da voz e bradou por que déssemos valor à cultura. Não damos!! Eu dou!!

 Aquela apresentação me emocionou. Fui pega tão de surpresa que não consegui nem tirar uma fotozinha. E acredito que eu não tenha sido a única emocionada. Entre os poucos que se dispuseram a apreciar, tenho certeza de que muitos foram tocados pela beleza que representa a arte.

 O que falta para que a arte tenha mais atenção da sociedade? Que os governantes dela se ocupem com mais vontade?

 Sabe o que a moça disse? Que é mais reconhecida FORA DO NOSSO ESTADO. Que por onde ela anda, todos pensam que ela é do SUDESTE (sim, só do Sudeste mesmo, ela falou em Rio, São Paulo e Belo Horizonte; e falou mais, que, quando ela dizia que era de Alagoas, todo mundo pensava, APENAS de Alagoas?!).

 Teria a arte, e consequentemente, a cultura, a ver com desenvolvimento? Como se pode ver, sim!

 Ser artista aqui deve ser difícil. Hoje mesmo uma amiga ganhou um prêmio lá no Sudeste! Um prêmio de arte.

 Por aqui, poucos são os que a incentivam. E ela tem talento! Lógico que tem, acabou de ganhar um prêmio no Sudeste. Foi o primeiro lugar.

 Você não sabe quem ela é. Poucos sabem! Não damos valor aos nossos artistas. Conheço vários que são reconhecidos fora daqui. Você não deve conhecer. Alguns chegam ao absurdo de tentar convencê-los de que o que eles fazem não tem valor. Será?!

 O que está faltando para que essas pessoas tenham o reconhecimento devido? O que buscavam aqueles bailarinos do Shopping?

 Para ajudar na reflexão do leitor, segue o vídeo de Alice Jardim, TODAVIA (esse é o nome, viu, não é a conjunção adversativa - é isso mesmo? - fazendo seu papel não!): grande campeão da Mostra Competitiva Nacional Vivo ARTE.MOV 2011/2012. Um vídeo encantador, eu diria mais, corajoso, ousado!

 E, com ele, encerro, dando às meninas que nele trabalharam meus parabéns. Desejo-lhes que o mundo possa continuar se encantando com seus talentos.

Link para o vídeo: TODAVIA

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Como detalhes conseguem mudar o ponto de vista de uma pessoa [2].

 Nunca havia sofrido tanto assistindo a um filme. Um filme novo? Não! Kramer vs. Kramer.

 Em um passado não muito distante eu achei que entendia Joanna Kramer... achava!

 Era um trabalho "escolar". Um professor da minha especialização em Direito de Família havia indicado o filme para que assistíssemos e respondêssemos a um questionário. 

 Não consigo mais nem me lembrar das perguntas a que deveria responder! Só consigo pensar que JAMAIS deixaria meu filho! JAMAIS conseguiria fazê-lo chorar daquele jeito! Isso é tão claro para mim que não admito sequer um dia ter entendido a Joanna.

 Mesmo ela tendo se redimido no final, hoje não consigo mais compreendê-la! 

 Você, leitor, pode pensar: ahh, é porque ela não teve que passar pelo que Joanna passou, ter que se descobrir como mulher, como pessoa, Joanna precisava de um tempo sozinha etc. Não é bem assim.

 Não gosto muito de falar sobre o meu casamento porque há outra pessoa envolvida que não está escrevendo, mas posso dizer uma coisa: ele não é perfeito, nenhum é, eu não sou perfeita, o outro também não é!

 Posso falar de mim: até hoje ainda busco meu verdadeiro eu e faço dessa busca uma constante em minha vida (sou adepta da terapia há alguns anos!). Já estive feliz, infeliz, feliz, infeliz, feliz e continuo caminhando na direção do que me faça uma pessoa plena.

 Meu marido pode estar nesse caminho? Claro, eu o amo e espero que permaneçamos juntos enquanto o amor estiver presente em nossa relação! Ele é o pai do meu filho e nós somos uma família! Mas se um dia eu (ou ele, lógico!) achar que não é dessa forma, ir embora e deixar Mateus NÃO é uma opção para mim. 

 Se já passei por momentos como o de Joanna? Pode crer que já! Em sete anos de casamento, se existir alguém que ainda não tenha, que Deus abençoe essa união e assim a mantenha.

 Eu, acredite, já passei por momentos bem ruins. Não só no casamento. Por Mateus parei de trabalhar e, sob esse pretexto (pretexto, porque o que eu tinha mesmo era medo de não dar conta de tudo!), anulei-me por algum tempo. Fiquei meio perdida com meus muitos papéis (mãe, esposa, profissional...). Demorou um pouco até que me reencontrasse e ainda hoje batalho para me fixar em todas essas posições.

 Enfim, fraquejei em todos os outros papéis, menos no de mãe. Nesse eu (essa é a minha opinião) não me permito fraquejar. Estou com meu filho e não abro! No máximo, compartilho!

 Aplico a mesma máxima aos pais (sentido estrito). Do mesmo jeito, eles também não podem fraquejar! São tão importantes quanto. Que o diga Ted, que não fez nada além de sua obrigação.

 O que deve ser observado é que as consequências das fraquezas dos pais (aqui sentido amplo) extrapolam os limites da pessoa em conflito e acabam por atingir um ser indefeso, frágil, que não pediu para estar ali e não tem culpa nenhuma, de nada!

 Com isso eu não digo que se deve negar a realidade. Ao contrário: se Joanna queria abandonar o marido e, consequentemente, Billy, ainda bem que o fez! Pior seria permanecer lá infligindo mais sofrimento a todos.

 Sentir vontade de ir embora deixando o filho é que é incompreensível para mim. Por mais difícil que seja a situação pela qual eu esteja passando, Mateus é quem consegue tirar de mim o que eu tenho de melhor, olhar para ele me faz perceber que por maior que seja meu problema, ele não é do tamanho da felicidade que sinto por ter mais um dia para passar ao lado dele. 

 E como já ultrapassei o limite do piégas, devo encerrar por aqui, apenas dizendo que, quando nomeei este post pensando que havia sido um detalhe que havia mudado a minha opinião sobre Joanna, eu estava errada: Mateus não é um detalhe, ELE É TUDO!



sábado, 21 de abril de 2012

Resenha de produto [1]: Dove Cream Oil Shower

 Sempre amei blogs com resenha de produtos, sempre me ajudaram. Aliás, dou valor a qualquer experiência compartilhada, como já havia dito quando iniciei minha série sobre a viagem à França. Em sendo assim, resolvi começar a postar minhas opiniões sobre produtos que eu achar interessante compartilhar, já que este blog é multiuso, como eu!

 Infelizmente, a minha estréia nessa área é com uma crítica. O primeiro sabonete líquido Dove que eu usei, há mais de dez anos, foi o melhor que eu já tinha visto!!! E essa impressão durou até hoje, até eu comprar o NOVO Dove Cream Oil Shower!! 

 Esse foi o que eu comprei:



 Decepção total. Nem perto da hidratação que eu esperava baseada no passado. Fiquei arrasada, pois se tratava de uma nova fórmula que prometia ser ainda 10x mais hidratante.
 
 Uma questão me veio à cabeça: pode ser a água, não pode? Há dez anos eu estava no Rio de Janeiro (RJ). Lá, vocês sabem que até o cabelo fica melhor e uma das causas é a água (a água e a umidade, assim me explicaram, posso estar falando besteira e, se estiver, corrijam-me, por favor). Hoje estou em Paripueira (AL) e a água aqui não ensaboa direito (isso é fato e, não, mera suposição).

 Digo isso, no entanto, para não parecer que quero detonar gratuitamente o produto. Só queria ter ficado satisfeita e não fiquei.

 Quem sabe não sou só eu...

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Como detalhes conseguem mudar o ponto de vista de uma pessoa.


 A reintegração de posse é uma das medidas de natureza cível (i.e., não criminal) mais impactantes. Normalmente, são processos que envolvem um proprietário, protegido pela Lei, e um ocupante (ou vários), aquele(s) que, por uma razão qualquer, legítima ou não, apossou(aram)-se do que não lhe(s) pertencia. O objetivo deste post, no entanto, apesar de minha formação jurídica, não é tratar dos aspectos legais da matéria, mas sim, de questões menos práticas, das entrelinhas que envolvem esse tipo de ação.

 Você leitor pode sentir-se tentado a achar que eu vou falar sobre o caso “Pinheirinho”. Sim, farei menções ao ocorrido em São Paulo, mas não é esse o mote principal do texto.

 Em verdade escrevo porque, há pouco tempo, fui abordada por um grupo de pessoas com um problema com terras. Depois de alguma conversa, fiquei sabendo que eram militantes de um dos Movimentos de Sem Terra, um deles.

 Qual não foi a minha surpresa, então, quando li a decisão que os preocupava e percebi que ela havia sido oriunda de um processo que tinha sido ajuizado por mim! Não como autora, obviamente, não tenho terras (ainda, será??!), mas como advogada do(s) autor(ES).

 Surgiu para mim, naquela oportunidade, um dilema de ordem pessoal. Pessoal, sim, uma vez que profissionalmente falando, a questão já estava resolvida, eu não poderia atuar e pronto.

 Mas eles me pareciam tão necessitados. Iam perder suas casas, suas “terrinhas”, onde plantavam, de onde tiravam seu sustento. Já se encontravam lá há tantos anos (a ação datava de 2007)!

 E os donos, por onde andavam? Ahh, esses já tinha feito tudo o que podiam, já tinham contratado um advogado, que havia ajuizado a ação cabível (na época, eu, que deixei o feito, voluntariamente, por motivos de ordem pessoal que não diziam respeito à causa), e estavam, até então, esperando a solução. Estavam eles errados?

 Não, eles não estavam errados! Era nisso que eu acreditava quando dei entrada na ação. E ainda acredito até hoje.

 Mas essa crença é absoluta? Também não!

 Pois os “sem-terra” não eram, de todo, maus! O acampamento construído no local já possuía até energia elétrica, do Programa Luz para Todos, ou seja, o próprio Governo Federal já havia chancelado a permanência deles ali! Eles tratavam aquelas terras como se fossem por direito deles, o INCRA lhes havia prometido aquela área, quando o Presidente era Lula, que já não é mais o chefe do nosso Executivo. Eles não estavam ali por acaso.

 Quem estava errado, então?

 Voltemos nossos olhos para o “Pinheirinho”. O fato de Eike Batista ser milionário (esqueçamos o episódio Thor, por favor), tira dele o direito de gozar de suas propriedades? Há quanto tempo ele estava brigando por ter aquele espaço de volta? O proprietário acima estava nessa há cinco anos, no mínimo. Ouvi dizer que Batista estava há cerca de dez.

 E os que lá estavam habitando? Não tinham para onde ir, mas isso é justificativa para ocupação do que é alheio? Se eles viessem viver no seu quintal, ou, para tornar menos dramático o negócio, em sua casa de praia, que você não usa muito, você permitiria?

 Do mesmo jeito que este post não é jurídico, ele também não é conclusivo. Pensei, justamente, em fazê-los refletir, deixando a conclusão por conta do leitor.

 Encerro, apenas, contando dois fatos referentes ao episódio que, de tão significativos, dar-lhes-ão bons fundamentos para essa reflexão. Divirtam-se, pois:

1. Conversando informalmente com os ocupantes, percebi que alguns dos interlocutores sequer moravam na terra ocupada;
2. Deferida a reitegração de posse, os autores não apareceram para receber o imóvel na data marcada.

*Todos os nomes foram resguardados por questões de proteção.